Bertha Lutz

Intelectual, ativista, bióloga e feminista brasileira. Lutou por igualdade e inclusão feminina e difundiu o ensino de idiomas para mulheres como meio de ascensão social.

Nasceu em 1894, em São Paulo. Seu pai, Adolfo Lutz, foi médico pioneiro na luta contra epidemias. Sua mãe, a britânica Amy Marie Gertrude Fowler, foi enfermeira. Apaixonada pela biologia, Bertha formou-se em ciências naturais pela Universidade de Sorbonne, em Paris. Recebeu bolsa de estudos em Londres pelo Conselho Britânico, experiência que influenciou suas descobertas científicas.

Também em Londres que teve seus primeiros contatos com o Movimento Feminista. Nos períodos em que estudou, tentou participar de protestos pelo voto feminino, mas enfrentou resistência da mãe, que temia por sua deportação.

Bertha Lutz se aproximou de movimentos internacionais e fundou, no Brasil, a Federação Brasileira pelo Progresso Feminino. O grupo foi um desdobramento da 1ª Conferência Panamericana de Mulheres, ocorrida em Baltimore, nos Estados Unidos, em 1922. Assim, pode-se considerar que o feminismo de Bertha foi, também, uma tradução e uma ressignificação dos feminismos da Inglaterra e dos Estados Unidos.

Na política nacional, assumiu como deputada federal suplente pelo Distrito Federal em 1936. Foi a segunda mulher a conquistar o cargo no Brasil. Em seu mandato, trouxe a luta por igualdade como bandeira, até a ditadura do Estado Novo de Getúlio Vargas fechar o Congresso Nacional, em 1937.

Para Bertha, a luta feminina era também pela igualdade na educação. Foi ela quem lutou para garantir o ingresso de mulheres no Colégio Dom Pedro II (no Rio de Janeiro), até então exclusivo para meninos, uma vez que a educação para mulheres, na época, era um dos principais meios de ascensão social feminina.

Bertha Lutz morreu em 1976. Além de conquistas e tratados sobre a questão feminina, avançou nas ciências naturais. Em boa tradição humanista, dedicou sua vida à perseguição da verdade, da igualdade e da justiça.

 

Referências:

ALMEIDA, C. A. F. “A função educativa dos museus” de Bertha Lutz: uma peça (quase) esquecida do quebra-cabeça da museologia no brasil. Acervo – Revista do Arquivo Nacional, v. 26, n. 2, p. 123-132, jul.-dez. 2013. Disponível em: http://hdl.handle.net/20.500.11959/brapci/43471. Acesso em dezembro de 2022.

VENÂNCIO JUNIOR, André Luiz. A concepção de museu educativo na produção científica de Bertha Lutz no museu. 2017. Dissertação (Mestrado em Educação) – Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2017.